top of page

MUSEO DE LA MEMORIA Y DE LOS DERECHOS HUMANOS

Localização            
Santiago, Chile

 

Área do terreno:      

15.727 m²

 

Área Construída      

10.900 m²

 

Cliente                     

MOP – Ministério de Obras Públicas / Direção Nacional de Arquitetura + Comissão Presidencial dos Derechos Humanos

 

Ano do projeto       

2007

 

Ano construção      

2010

Autores

Mario Figueroa,

Lucas Fehr, 

Carlos Dias,

Roberto Ibieta (arquiteto associado no Chile para o desenvolvimento do projeto executivo e construção)

 

Equipe | 

Concurso

Amanda Renz,

Carlos Eduardo Garcia,

Flávia Tenan,

Juliana Baldocchi, Juliana Klein,

Marcus Vinícius Damon, 

Maia Rosa

Marina Canhadas , 

Josei Nagayassu [video] 

Eng. Ricardo Dias [estrutura]

Equipe | 

Executivo

Brasil | 

Amanda Renz,

Carlos Eduardo Garcia, Juliana Klein,

Marcus Vinícius Damon Marina Canhadas + Luiz Del Guerra e Gustavo Capecchi

Chile | 

Werner Renck

(arquiteto coordenador), Luis Madrid

(arquiteto),

Ignacio Cárdenas (arquiteto),

Felipe Gonzalez (arquiteto),

Cristián Pérez (engenheiro),

Álvaro Díaz

(desenhista projetista)

Estrutura

Osvaldo Peñaloza

Climatização

Termosistemas

Luminotécnica:       

Jaime Hurtado

Hidro Sanitária

Sipar

Segurança

Sergio Dalmazzo

 

Hidráulica     

Piscinería

Coordenação e Compatibilização

SolArchi

Construtora

COMSA de CHILE + BASCO

Estrutura Metálica   

Maestranza JOMA

Museografía

Árbol de Color, Chile

Fotografia

Cristóbal Palma

 

CONCEITO

As memórias são figuras que vivem em um mundo inconcluso. São fragmentos de fatos que não se repetem que não poderão suceder duas vezes. Não entendemos a memória como um desejo juvenil de voltar atrás, de substituir o insubstituível, para nós a memória não é um arrependimento. É mirar o futuro, sabendo o passado.

 

Um museu da Memória deveria ser pensado a partir do caráter não linear do tempo e de suas imagens. E também sobre como podemos armazenar e transmitir este conhecimento de maneira ampla e imparcial.

 

Um país singular, entre a cordilheira e o mar. Um museu que deseja ocupar esta franja, reverenciando a través de uma mirada simbólica estes dois elementos determinantes da geografia chilena, marcados na alma do seu povo.

 

A memória evidenciada, emergente, que flutua, suavemente elevada. Uma arca, onde se pode depositar todas as reminiscências da história chilena.

Projetada para criar lugares e marcos físicos ou mentais, onde se possa oferecer condições [entornos operativos] para que o conhecimento germine do interior de cada indivíduo. Somente aquilo que uma pessoa descobre por ela mesma pode acumular-se como memória ativa. Um espaço dedicado à memória pode não só transmitir informações, mas também provocar a reflexão sobre as recordações e os desejos.

 

A ordem territorial do centro de Santiago, intimamente vinculado à cidade histórica, entende o espaço público como o não construído, configurado pela ocupação perimentral da manzana. Entendemos esta história e sua tradição, mas consideramos a possibilidade de avançar na construção de um novo território que tenha um claro comprometimento com a diversidade cidadã e os espaços democráticos.

 

O Centro Matucana será uma manzana aberta. Entende e se harmoniza com a cidade herdada, a incorpora e a transforma. O Museu da Memória não será um monumento isolado, solto e sem responsabilidade urbana [e humana]. Ao contrário, se constituirá em um elemento comprometido diretamente com a delimitação e caracterização deste novo espaço público da cidade de Santiago.

 

Propõe-se um espaço generoso, amplo de possibilidades e percursos. Permite a transposição natural e cotidiana da quadra. Os elementos urbanos que compõem o Centro Matucana têm caráter cívico. A grande rampa do Museu, a Praça da Memória, o pátio jardim, constituem uma seqüência espacial que oferece uma hierarquia urbana necessária para um complexo metropolitano.

 

Os escritórios públicos e privados se organizam ao redor de um jardim, o “Pátio dos Desejos”. A massa construída recompõe a configuração urbana tradicional, mas permite, através de um térreo elevado, uma permeabilidade necessária e desejada. O ajuste dos gabaritos proposto na borda norte do projeto oferece, mais que uma transição entre os edifícios históricos e o Centro Matucana, a possibilidade de uma extensão aérea do pátio, através dos terraços-jardím.  

 

A TÉCNICA

A estrutura da barra é integra, una, e sem concessões evidencia a elevação da memória. Teremos uma materialidade etérea, qual pedra de Magritte. Assim, uma composição de treliças metálicas, um túnel, vence o todo o vão, com a carga descarregando em quatro apoios nos limites. Nelas vinculadas, as caixas de exposição, translúcidas, que protegidas pelo afastamento das extremidades, garantem a controlada iluminação do Museu.

 

A materialidade também é conseguida com as lembranças da expressão matérica dos territórios que compõem o Chile. O piso da Barra é um mosaico das terras chilenas, coberto com vidro, memória dos lugares, nuances multicoloridas. Limalhas de cobre e ferro, sob ele, por efeitos magnéticos, marcam o percurso dos visitantes, guardando uma efêmera memória das vontades, do ir e vir, nas direções dos olhares. No revestimento externo, o cobre e o carvão marcam toda a história dos mineradores chilenos como uma das memórias da economia, do fazer e do viver. O Museu, essa pedra de cristal tem no carvão o carbono essencial no ser humano e na constituição da natureza. Simbolicamente, o carvão, é o registro daquilo que já foi. É a memória do que poderia ter sido.

 

A preocupação persiste com o nosso futuro, com a preservação e o ambiente. A energia do sol é captada na cobertura, por placas fotovoltaicas. A luz natural ilumina por várias situações e modos o interior do espaço, desenhando e vivendo novos lugares num trajeto de efeitos sempre tão inesperado. Os rasgos na cobertura da Barra a ilumina. O desenho do piso da praça leva-a ao interior da Base.

 

Os elementos da natureza num caleidoscópio de efeitos sobre o homem somam-se à sua memória qual manifestação da construção humana, delineiam o chão e memória da terra como manifestações da cultura e da apropriação do espaço que é a vida, absolutamente, incluída neste projeto.

 

O PROGRAMA

Um volume absorve os usos comerciais e de serviços; organizam-se em torno de um jardim franqueado à praça, que contém o comércio, bares e restaurantes, delícias da natureza humana à espera dos encontros, do acaso e dos sorrisos.

 

O Museu se organiza em dois momentos conceituais: a Barra e a Base. Na primeira, elevada, a história, as exposições, as informações, o viver da memória aberta nas duas extremidades como quem deixa a vida passar. Na outra, a base, primeiro a mais profunda, mineira, a produção, os estudos, a invenção, os seminários, os conhecimentos da terra e do território e em outro momento o necessário apoio dos setores administrativos. A Barra como espaço museológico específico e os eventos na Base, área que complementa o programa usual de um Museu no subsolo que poderá funcionar com cinemas de arte e espaços para cursos sobre direitos humanos e a memória, sobre a cultura e o território chileno.

 

Corridas, nas duas laterais da barra, a circulação, sanitários, apoios, iluminados desde o céu. A luz desce zenitalmente, e penetra em toda a barra através dos vidros laterais que divisam a circulação e a fazem, também, luz. 

 

A manifestação, o florescimento deste conhecimento é objetivo contemporâneo de um museu. Ele surge através de raízes profundas e bem plantadas, em um subsolo [A base], onde o potencial, energético, produtivo, mineral, a solidez têm a oportunidade de se manifestar.

 

Em seu interior, as caixas de vidro, a transparência necessária, a vivacidade; a memória que vivida em fragmentos, mas que formam, em conjunto, o repertório de uma nação. A massa e o cristal.

bottom of page