top of page

REQUALIFICAÇÃO SALÃO DE FESTAS E.C. PINHEIROS

Localização  

Pinheiros, São Paulo, SP

       

Ano do Concurso     

2018

Area Construída

6.592,27 m²

Cliente   

Clube Pinheiros

Autores

Figueroa.arq |

Mario Figueroa e

Leticia Tamisari

Fábrica de paisage | Fabio Ayerra,

Marcos Castaings, Javier Lanza e

Diego Pérez

Equipe   

Figueroa.arq  |

Everton Penariol, Candelaria Lacherre, Lucas Zabeu Cunha, Juliana Leanza e

Thiago Pontes

Fábrica de paisage | Belén Bastos,

Emiliano Dutra,

Eugenia Cedrani, Maximiliano Fascioli, Valentina Massud e Chiara Mautone

Consultores

Cálculo Estrutural 

Ricardo Henrique Dias

Ca2 Consultores Ambientais Associados

Marcelo Nudel,

Andrea Distefano e Raquel Sanschez

Ambiência Arquitetura e Restauro

Ana Marta Ditolvo e Vinicius Greter

 

2018  |   2º. Prêmio Concurso Fechado “Requalificação do Salão de Festas do E.C. Pinheiros, SP.

 

Nascido em 1896 em Odessa, atual Ucrânia, Gregori Warchavchik chega ao Brasil em 1923 e, até os anos 1930, já terá construído o conjunto de três “máquinas de morar” que o colocará em evidência mundial, devido à sua original aplicação dos conceitos fundamentais do modernismo como a ausência de ornamentos, janelas em fita e o terraço jardim. Nessas obras, é possível observar uma característica de Warchavchik que o acompanhará por toda sua trajetória, e que no projeto para o salão de festas do Esporte Clube Pinheiros talvez atinja seu auge: a sua capacidade de criar de forma extremamente harmoniosa, rigorosa e precisa as formas de suas edificações, manipulando volumes em operações geométricas que resultam em complexas e estimulantes relações espaciais.

Em 1926 publica o manifesto “Acerca da arquitetura moderna”, do qual extraímos um trecho:

“Para que a nossa arquitetura tenha seu cunho original, como o têm as nossas máquinas, o arquiteto moderno deve não somente deixar de copiar os velhos estilos, como também deixar de pensar no estilo. O caráter da nossa arquitetura como das outras artes, não pode ser propriamente um estilo para nós, os contemporâneos, mas sim para as gerações que nos sucederão. A nossa arquitetura deve ser apenas racional, deve basear-se apenas na lógica e esta lógica devemos opô-la aos que estão procurando por força imitar na construção algum estilo.

“O arquiteto moderno deve amar sua época, com todas as suas grandes manifestações do espírito humano, [...] não receando exibi-lo no seu melhor aspecto do ponto de vista da estética, fazendo refletir em suas obras as ideias de nosso tempo, a nossa lógica.”

Nesse sentido, Warchavchik não via sua própria arquitetura como algo imutável ou estático. Várias de suas obras sofreram alterações radicais projetadas por ele próprio, ajustes necessários à adaptação de novos usos, a novos tempos, evolução das ideias. A arquitetura moderna não poderia cair na mesma prisão que levara o estilo clássico à sua extinção. E é precisamente neste ponto que o atual projeto de reforma do salão de festa do Esporte Clube Pinheiros encontra sua essência: pela própria postulação moderna, sua necessária atualização não poderia ser constrangida por um estilo do passado.

Moderno x preservação: uma questão contemporânea

Se o moderno nasce exigindo a ruptura com os estilos do passado, o que verifica-se hoje é que nem mesmo esse movimento escapou de acumular camadas e significados históricos, o que o colocou em uma posição ontologicamente instável: por mais que almejasse a negação da ideia de estilo, o moderno não escapou dessa definição. A grande diferença é que, ao contrário dos estilos clássicos, que eram identificados mais por uma época e local, o modernismo se reconhece pelos estilos individuais, ou seja, é um estilo essencialmente autoral. No campo da preservação, portanto, reconhecem-se os estilos de cada arquiteto(a), tanto de forma pontual como no conjunto da obra.

Hoje, ao intervir sobre edifícios modernos representativos, o principal desafio é investigar esse suposto paradoxo, isto é, se o princípio do modernismo é justamente a ruptura com o passado, qual o significado de sua preservação? Justamente o entendimento de que a materialidade assume um aspecto secundário e não mais fundamental diante da produção em série da arquitetura moderna e que sua relevância está nos elementos de identidade característicos de cada autor.

bottom of page